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Desafio Fenício- Episódio 4. A ONU e Visita a Campo de Refugiados Somali.

A partir de Aden, a expedição vai navegar por águas infestadas pelos piratas da Somália. Mas se o mundo todo sabe dos problemas e o terror que eles estão causando, poucos conhecem o outro lado da realidade. Participamos de reunião dos Voluntários da Onu, e seguimos para visitar Kharaz, um dos campos de refugiados que fogem da Somália.

Apresentação foi em árabe e inglês.
Participaram voluntários locais e internacionais.
Eles ajudam em diversas áreas, até online.
Sede da Onu em Aden, Iêmen.

Aqui fica o antigo cemitério britânico.
A paisagem muda rapidamente.
Em Kharaz são 9.500 refugiados mantidos pela ONU.

Kharaz, Campo de Refugiados Somali.

O campo de Kharaz fica a duas horas de Aden, no Iêmen, mantido pela Onu e por mais de oito ONGs de ajuda internacional. A cada dia chegam e saem pessoas do campo, que é aberto. Kharaz tem 16 anos de funcionamento, sendo este o quarto lugar de instalação.

Em 1960 dois protetorados, italiano e britânico, uniram-se formando a República da Somália. Assassinatos, golpes e revoluções colocaram o país em direção a guerra civil, que permanece constante desde 1977. Sem governo central, os líderes militares chefes de tribos dividiram o país. Algumas ações militares estrangeiras foram tomadas, mas a situação se agravou de tal maneira, que milhares de pessoas só tem uma opção para sobreviver, deixar o país.

Chegamos ao campo após esperarmos por quase 2 horas pela escolta do exército, pois para andar no país, mesmo com a equipe da ONU, é necessário estar com segurança. A paisagem é impressionante, do mar ao deserto, quase duas horas de trajeto, passando por diversos pontos de checagem militar. Na estrada pode-se ver somalis caminhando em pequenos grupos, tentando chegar a algum lugar melhor, sem esperanças ou documentos. O campo fica um pouco retirado da estrada principal, e lá a ONU mantém os escritórios e alojamentos fortificados, e de fato muitos vão lá para protestar. Ao andar por Kharaz, têm-se a impressão de estar em um lugar irreal, onde as pessoas vivem em um limbo, com um passado de muita violência e medo, um presente estável mas sem sentido, e nenhuma esperança de futuro.

Todos tem uma reação a minha passagem. Ao verem a câmera, as mulheres começam a protestar, algumas violentamente. Pedindo melhores condições de vida, além do que a Onu pode dar. Os homens, em menor número, em geral vêem em jornalistas talvez um contato com o mundo exterior. Já para as crianças, tudo é festa. Na verdade, para eles que viveram os horrores da guerra em casa, a violência indescritível que os levou a chegar até aqui, a travessia do Golfo em barcos que não tem condições nem para levar carga imperecível, o campo de Kharaz pode parecer um oásis de paz que permite brincadeiras infantis. Mas a realidade é que para estas crianças, suas mães e os poucos que pais que não saíram andando pelo deserto em busca de algum dinheiro em cidades do Iêmen, o futuro não traz nenhuma sombra de esperança, ao menos enquanto seu país não encontrar a paz, que perdeu décadas atrás.

Vista geral do Campo, com 9.500 refugiados.
Apresentação organizada pela Ong italiana Intersos.
O evento é para ensinar a não mutilarem as meninas.
É comum na Somália as mulheres terem o Clitóris extirpado.
As crianças são pintadas para o feriado Eid.
Os médicos da clínica mantida pela ONU.
Os refugiados ficam primeiro nas barracas.
Depois ficam instalados nos 43 blocos com 25 casas.
Algumas famílias ficam anos até serem alocados.
Apesar das dificuldades, as famílias ficam unidas.
Esta senhora mostra seu lar, por 3 anos.
O problema é o verão, pois o calor passa pelo teto feito de tecidos.
Crianças e mulheres são a maioria no campo.
Jornalista Somali refugiado, e tradutora da ONU.

Torre do Silêncio

A religião oficial do Iêmen é o Islamismo, sendo um dos países árabes que mais reforçam esta religião. E no mar vermelho o Phoenicia tenta vencer os ventos contra para chegar em Aden, onde existe a ruíina de um dos dois únicos cemitérios Zoroastra do mundo, onde os mortos não eram nem enterrados nem queimados, mas comidos por pássaros.

O Zoroastrismo é uma religião que surgiu na Pérsia, tendo Zaratustra como seu profeta. A torre do Silêncio de Aden, como eram chamados os cemitérios zoroastras, foi construída cem anos atrás pelos indianos que vieram junto com o Império Britânico. Esta religião prega que ao morrer, a alma deixa o corpo, que se torna impuro, não podendo ser nem enterrado nem queimado no fogo, que também é sagrado. Assim, os cadáveres eram colocados nús a céu aberto, com os homens no círculo externo e mulheres e crianças no círculo central. Assim os abutres vinham comer a carne, e os pecados eram purificados por eles.

Perto da costa para evitar correntes e ventos.
Mosteiros por todo Iêmen, com reza bem alta.
Dokhma ou Torre do Silêncio de Aden.
As ruínas estão em bom estado mas abandonadas.
Homens eram colocados no círculo externo.
Mulheres e crianças no círculo interno.
Drenos na pedra para flúidos corporais.
O outra Dokhma existente fica no Irã.

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